Não é de hoje que o governo democrata potiguar tem interesse no apoio do PR estadual. Ainda mais com os últimos acontecimentos políticos que envolvem o DEM, PMDB e PSD, que está em processo de oficialização no Brasil e que será coordenado no Rio Grande do Norte pelo vice-governador Robinson Faria.
Na quarta-feira da semana passada, em reunião realizada em Brasília e na casa do presidente nacional do Democratas, senador José Agripino Maia, lideranças do DEM e do PMDB oficializaram aliança para as eleições 2012 e com reflexos claros para o pleito de 2014. Participaram do encontro, além de Agripino, o ministro da Previdência Social, senador licenciado Garibaldi Alves Filho (PMDB), o deputado federal Henrique Eduardo Alves (que preside o PMDB potiguar) e o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), marido da governadora Rosalba Ciarlini.
Em entrevista publicada no domingo passado no JORNAL DE FATO, José Agripino foi direto ao assunto e disse que DEM e PMDB estão em sintonia política e que a meta é atrair o PR, com quem o Democratas já teve afinidade. Com a formalização dessa aliança entre os três partidos, o objetivo seria o isolamento político do PSD, que surge com uma ameaça de se fortalecer e apresentar robustez eleitoral para 2012 e, consequentemente, em 2014. O próprio Robinson Faria já afirmou que a sua meta é uma candidatura ao Senado Federal.
Para frear essa pretensão política do PSD, o DEM se mostra disposto a apoiar a candidatura do deputado federal Henrique Eduardo Alves ao Senado, integrando a chapa governista ao lado da governadora Rosalba Ciarlini em 2014. A questão é que o DEM e o PMDB, apesar de estarem presentes em praticamente todos os municípios do Rio Grande do Norte, precisam do suporte político de outras legendas. E o PR poderia ser a melhor opção.
Como os entendimentos envolvendo o PR nacional e o Governo Federal, em virtude dos escândalos anunciados no Ministério dos Transportes - pasta do PR e que foi ocupada até pouco tempo pelo senador Alfredo Nascimento - não foram positivos para o governo Dilma Rousseff - a governadora Rosalba Ciarlini deve aproveitar o momento para atrair mais um novo apoiador para o seu governo.
João Maia e Henrique Eduardo Alves foram adversários de Rosalba na campanha eleitoral passada, mas esse detalhe não está sendo levado em consideração pelo grupo governista estadual. O primeiro a aderir ao governo do DEM foi Henrique Alves, já que Garibaldi Filho vem seguindo com Rosalba desde a eleição de 2006. Inclusive, Henrique foi recebido pela governadora em Tibau, no final de semana passado, em um almoço. Serviu para os dois afinarem os laços políticos e confirmarem uma nova parceria política que tende a fortalecer DEM e PMDB. O alvo agora é somar com o PR.
Henrique acompanha Rosalba em Brasília
Depois da reunião em Brasília (DF) na quarta-feira passada, 10, quando o DEM e o PMDB formalizaram aliança, bem como do encontro entre a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) no final da semana passada, Henrique esteve ao lado de Rosalba ontem na capital federal durante todo o dia, acompanhando-a nos ministérios.
É mais uma prova de que Henrique Alves está alinhado politicamente com a governadora democrata. Ontem, em Brasília, Rosalba esteve com o ministro José Eduardo Cardoso.
A governadora apresentou ao ministro o pleito para construção de mais um presídio feminino no Rio Grande do Norte e de outra unidade do Ceduc, voltada para jovens infratores.
O deputado reforçou o pedido da governadora junto ao ministro. José Eduardo Cardoso ressaltou que a proposta, com o aval da bancada federal do Rio Grande do Norte, vai de encontro com a nova política do Ministério da Justiça direcionada para as mulheres prisioneiras.
José Eduardo Cardoso também confirmou presença na Campanha do Desarmamento, em setembro, no Rio Grande do Norte. No dia 2 ele visitará Mossoró para conhecer o presídio federal e conferir a reforma feita no local. No dia 3, em Natal, ele vai participar de um debate sobre segurança pública no Brasil e no Rio Grande do Norte.
"Cada Estado tem sua realidade e peculiaridades. É bom que o ministro tome conhecimento dos nossos projetos e problemas para que possamos agir em conjunto com o Governo Federal", disse Henrique Alves.
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