Obras no estádio do Maracanã |
O levantamento, realizado em duas etapas, mapeou na primeira fase as oportunidades de negócios que podem surgir para empresas da construção civil, tecnologia da informação, turismo e produção associada ao turismo. As receitas podem ser geradas por contratos com governos, comitê organizador, patrocinadores do evento e, é claro, com o atendimento aos turistas.
“Na construção civil, vamos ter oportunidades na obras de infraestrutura e de transportes, como aeroportos e metrôs. No setor de turismo, atividades como artesanato e gastronomia vão ter destaque. E os serviços de telefonia e internet vão ser muito requisitados na área de tecnologia da informação”, enumera Luiz Barreto, presidente do Sebrae. “Para concretizar os negócios, entretanto, as pequenas terão de se ser competitivas e atender as exigências dispostas nos contratos.”
Segundo o estudo da FGV, um dos principais requisitos a serem cumpridos por fornecedores que quiserem abocanhar contratos da Copa é apresentar uma documentação completa, atualizada e regularizada. Além disso, ter uma gestão profissional e adotar práticas de sustentabilidade são fatores importantes, que podem ser considerados critérios eliminatórios ou classificatórios, a depender do contratante.
Também foram mapeadas as principais dificuldades a serem enfrentadas pelas pequenas empresas na disputa por contratos da Copa. Nos setores de tecnologia da informação e construção civil, por exemplo, muitas empresas estrangeiras já têm parcerias com grandes fornecedores nacionais – o que impede a entrada de outras empresas nessas negociações. “Quando as atividades a serem executadas são muito complexas, do ponto de vista técnico, a participação de micro e pequenas empresas também pode ser dificultada”, indica o estudo.
Mas há o outro lado da moeda. As pequenas empresas têm, por exemplo, algumas vantagens em relação às demais nas licitações do governo. Para contratos de até R$ 80 mil, elas possuem exclusividade de venda. Há outros contratos de maior valor que também podem exigir a subcontratação de MPEs, desde que o percentual máximo do trabalho a ser subcontratado não exceda a 30% do total.
Participar dessas licitações e de outros grandes contratos requer preparo, em especial nos quesitos mais burocráticos. Mas pode valer a pena. “A Copa possibilita o desenvolvimento empresarial” e outros “benefícios de longo prazo”, diz o estudo. Ao trabalhar para grandes empresas, para o governo ou para turistas estrangeiros, a pequena empresa vai se deparar com clientes muito exigentes e criteriosos. “E o aumento do grau de exigência força um maior preparo das MPEs, profissionalizando-as”, ressalta o estudo.
Foto: Marcos de Paula/AE
Publicado pelo Estadão
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