sábado, 13 de agosto de 2011

A crise envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e a prefeita Fafá Rosado (DEM) tem se limitado aos bastidores

Secretários de Fafá declaram apoio à greve da Uern e expõem crise interna do DEM local

Rosalba Ciarlini Fáfá Rosado

A crise envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e a prefeita Fafá Rosado (DEM) tem se limitado aos bastidores sem que haja declarações públicas da disputa interna envolvendo os dois grupos que querem indicar o candidato do DEM a prefeito de Mossoró em 2012.

Ontem foi registrado mais um fato que explicita essa crise. Trata-se da declaração formal de apoio aos grevistas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) por parte de oito integrantes da administração Fafá Rosado, sendo cinco deles do primeiro escalão.
Por mais que se alegue que sete destes auxiliares, apenas a gerente executiva da Cultura, Clézia Barreto, é técnica administrativa, são professores da Uern não se pode negar que todos são integrantes de um governo do DEM que tem em Rosalba Ciarlini sua principal liderança no Estado.

A situação se agrava pelo fato de Rosalba estar em crise com os professores por não atender as reivindicações da categoria. A greve se arrasta há mais de 70 dias e a governadora tem sido alvo de constantes protestos de professores e servidores da Uern a ponto de cancelar agenda em Mossoró na abertura da Feira do Livro, na última terça-feira. Por serem aliados de Rosalba, Fafá e Francisco Carlos foram vaiados no lugar dela durante o evento.

Durante a reunião com os integrantes do comando de greve, os secretários disseram que não comunicaram a decisão à prefeita, mas se colocaram como integrantes do governo do DEM à disposição para intermediar um acordo.
Entre os secretários presentes estava o da Cidadania, Francisco Carlos, presidente do PV municipal, e pessoa muito próxima do irmão de Fafá Rosado, Gustavo Rosado, chefe de gabinete do Palácio da Resistência. Além dele, foram a gerente executiva da Educação, Ieda Chaves; o gerente executivo de Gestão Ambiental, Mairton França; e o procurador do município Olavo Hamilton. Dos escalões inferiores compareceram Adonias Vidal, Maria José de Carvalho e Graça Alves.

O secretário Francisco Carlos é, depois de Gustavo, o mais importante secretário da Prefeitura de Mossoró. Quer ser candidato a prefeito com o apoio palaciano e esta semana deu declarações à mídia ligada economicamente à prefeita de que "não estava a reboque do DEM". Isso mostra que a disputa interna entre os grupos existe, principalmente por causa da pressão para a prefeita renunciar em favor da vice-prefeita Ruth Ciarlini (DEM) para que esta tenha condições legais de disputar a Prefeitura de Mossoró. O grupo da prefeita resiste. Isso provoca um impasse interno.

Além disso, a mídia ligada à prefeita tem sido bastante dura com a governadora nas últimas semanas, em outra demonstração da crise interna do DEM.

A reportagem do O Mossoroense fez contatos telefônicos com as assessorias de Fafá e Rosalba e até o fechamento desta edição não teve retorno.

REPERCUSSÃO
Após a notícia da reunião entre secretários e grevistas ser publicada no Portal do O Mossoroense, o assunto repercutiu na Internet. Um dos blogs a abordar o assunto foi o da jornalista Thaisa Galvão, que escreveu sobre a expectativa de presença da prefeita e do deputado estadual Leonardo Nogueira no almoço que a governadora oferece hoje ao deputado federal Henrique Alves (PMDB), em Tibau. Ela ainda deixou um questionamento: "Ou a prefeita de Mossoró Fafá Rosado (DEM) não anda bem com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM)...ou pelo menos 5 de seus secretários estão na corda bamba para deixar os cargos".

Auxiliares de Fafá teriam recebido orientação

A decisão de ir à sede da Associação dos Docentes da Uern (Aduern) na manhã de ontem seria uma orientação palaciana por se tratar de nomes da extrema confiança de Gustavo Rosado, que é apontado como a pessoa que dá as cartas na administração municipal.

Quem acompanha a política mossoroense não imagina uma atitude dessas sem o conhecimento da prefeita ou ao menos de Gustavo Rosado. Ainda mais, cinco secretários mais três auxiliares indo a uma reunião com sindicalistas que estão em greve.

Do contrário, ficam em aberto algumas perguntas: quem teria força para tomar uma atitude desse porte à revelia do Palácio da Resistência? Será que Francisco Carlos teria coragem ou independência política para ter um gesto extremo?

Independente da filiação partidária, alguns desses auxiliares são do PV, eles integram o governo do DEM.
O episódio fortalece a greve dos professores porque o próprio DEM indica que a governadora está no caminho errado em relação à greve e fortalecendo o movimento.

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