O governo convenceu dois parlamentares aliados a retirar as assinaturas de apoio à abertura da CPI dos Transportes.
A vitória da oposição durou apenas três horas. A presidente Dilma Rousseff ficou muito irritada ao saber que a oposição havia conseguido as assinaturas para a CPI e reagiu imediatamente.
A presidente chamou ao gabinete as ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann. Determinou que elas acertassem uma contra-ofensiva com os líderes do governo e do PT no Senado. Dilma Rousseff disse que tratou as denúncias no Ministério dos Transportes de forma exemplar e que tinha a opinião pública ao lado dela. E concluiu: os senadores governistas não podem entrar no jogo político da oposição.
A bronca deu resultado. Pouco depois das 21h de terça-feira (2), o senador João Durval, do PDT da Bahia, mandou retirar a assinatura dele do pedido de CPI dos Transportes: “Eu não podia estar tomando uma atitude contra o meu governo, contra um governo que eu apoio”, afirmou.
Na quarta de manhã, o senador Reditário Cassol, do PP de Rondônia, seguiu o mesmo caminho. Sem as duas assinaturas, o pedido de CPI foi arquivado.
“Isso revela que há um jogo de cena no Planalto, que não há nenhum desejo sincero de promover limpeza no governo e de promover, sobretudo, mudança de modelo”, criticou o líder do PSDB, o senador Álvaro Dias, do Paraná.
O líder do governo no Senado rebateu a crítica da oposição: “Todas as investigações estão sendo feitas pelo governo. O que nós não queremos é dar à oposição um instrumento político pra fustigar o governo”, afirmou Romero Jucá, do PMDB de Roraima.
Mas Jucá não conseguiu evitar que o PR deixasse o bloco de apoio ao governo. O partido permanecerá na base, de forma independente. “Nós agora queremos discutir, queremos sentar à mesa, queremos ouvir e sermos ouvidos”, disse o líder do PR, o senador Magno Malta, do Espírito Santo.
G1
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