segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Em greve desde a semana passada, trabalhadores dos Correios emitem nota e pedem apoio à população

A greve dos Correios entra em sua segunda semana sem perspectiva de acabar.

 Nesta segunda-feira(19), a categoria realiza nova assembléia, às 11 horas, em frente à agência da Ribeira. Também haverá assembléia nas cidades de Mossoró e Caicó.

Nota - Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio Grande do Norte (Sintect/RN)  explica as razões da greve e pede o apoio da população.



Confira o teor da nota:

O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio Grande do Norte (Sintect/RN)  vem a público informar que a categoria ecetista encontra-se em greve, por tempo indeterminado, desde o dia 14 de setembro.

O movimento é nacional e reivindica que o novo Acordo Coletivo de Trabalho assegure melhores salários e condições de desempenho profissional para os 107 mil trabalhadores dos Correios.

Condições - Na atualidade, dentre os trabalhadores de empresas estatais brasileiras, os ecetistas são os que recebem os menores salários. O piso da categoria é de apenas R$ 807 e o último reajuste foi concedido há quase dois anos.

Além disso, em decorrência da carência de pessoal, a sobrecarga de trabalho é intensa. Nos últimos anos, a Empresa não apenas ficou sem contratar, como, ainda, promoveu um Plano de Demissão Voluntária que levou à saída de 7 mil funcionários, sendo 114 no RN.

Reivindicações - Os trabalhadores reivindicam uma contraproposta que possa ser considerada minimamente decente: reposição integral da inflação e ganho real nos salários, a fim de repor parte das perdas historicamente acumuladas.

Também exigem solução imediata para o grave problema da carência de mão de obra, que tem levado à intensificação da exploração, fazendo com que os ecetistas estejam entre os trabalhadores que mais são acometidos por doenças profissionais, com elevados índices de afastamento do trabalho.

Negociação - Desde 26 de julho, os trabalhadores ecetistas vem tentando negociar o novo Acordo Coletivo de Trabalho. Foram mais de 40 dias de exaustivas discussões, sem que os representantes da ECT apresentassem uma proposta viável.

Alegando a necessidade de segurar o orçamento por conta da crise econômica, a proposta a que chegaram foi de reposição da inflação, abono de R$ 800 e um aumento de R$50 a ser pago em janeiro de 2012.

Greve - Diante da proposta apresentada pela ECT e da postura de rejeição às propostas apresentadas pelos trabalhadores, não  restou outra alternativa senão a deflagração da greve.

A utilização dessa forma de luta, que é um direito do trabalhador, foi aprovada por ampla maioria dos ecetistas, em 34 das 35 assembléias realizadas pelos Sindicatos de Correios existentes no País. No entanto, diferentemente do que faz a Empresa, a categoria continua aberta à negociação.

Ameaça - Em nota emitida após a deflagração da greve, a ECT disse ter oferecido "todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo 2011/2012".

Também decidiu retirar a contraproposta que já havia apresentado aos trabalhadores e passou a ameaçar os grevistas com o corte de ponto.

O movimento grevista, no entanto, permanece firme em todo o País, com mais de 70% de adesão.

Contradição - O argumento da ECT para negar um aumento decente aos ecetistas não convence.

O governo Lula já demonstrou que para enfrentar a crise econômica é preciso apoiar-se no mercado interno, elevando o poder aquisitivo dos trabalhadores para dinamizar a economia, e não o contrário.

Além do mais, o reajuste pretendido também pode ser parcialmente coberto com os lucros da própria ECT. Em 2010, a Empresa lucrou R$827 milhões. Já, no primeiro semestre deste ano, esse valor já atingiu R$500 milhões, o que sinaliza uma tendência de crescimento.

Trabalhadores pedem apoio - Diante da intransigência da direção dos Correios, os ecetistas vêm a público solicitar a solidariedade e o apoio dos trabalhadores e do povo norte-rio-grandense para que as negociações sejam reabertas.

Não aceitamos que a crise econômica internacional sirva de pretexto para a manutenção dos baixos salários.

Os trabalhadores não foram os responsáveis pela crise e ônus dela não deve recair sobre os nossos ombros.

Oliveira Wanderley

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