sábado, 25 de fevereiro de 2012

Garibaldi não insistirá no apoio de Rosalba ao PMDB

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho, um dos principais líderes do PMDB, não vai insistir no apoio da governadora Rosalba Ciarlini ao deputado Hermano Morais, candidato do partido a prefeito de Natal nas eleições deste ano. Ao ser entrevistado ontem no Jornal do Dia, da TV Ponta Negra, o ministro lembrou que já defendeu essa proposta em público, mas a governadora desconversou. "Você sabe muito bem quando há interesse para uma proposta e quando não há. Senti que não há, então não vou insistir", disse Garibaldi, que apoiou Rosalba nas eleições de 2010, quando ela enfrentou o então governador Iberê Ferreira de Souza e venceu no primeiro turno.

Aliado do PMDB no plano local, mas adversários na esfera federal, o Democratas, partido da governadora, já acenou em fazer aliança com o pré-candidato do PSDB, Rogério Marinho, apesar de o presidente do DEM, José Agripino, ter esclarecido que ainda não foi fechado acordo em torno de nomes. Como o DEM dificilmente lançará candidatura própria em Natal, o caminho seria apoio aos tucanos. Nas duas vezes em que apresentou candidatos em Natal - em 2000 com Sonali Rosado/Anita Maia e em 2004 com Ney Lopes de Souza/Sonali - o DEM participou como coadjuvante. Em 2000, Sonali teve 11% dos votos válidos; em 2004 o resultado foi ainda pior: 5,7%.

Garibaldi lembou que a candidatura de Hermano Morais é irreversível. "Não sei dos outros candidatos, mas como peemedebista que sou e pelas responsabilidades que tenho, posso dizer que não há a menor possibilidade de Hermano deixar de ser candidato. A não ser que não queira." Ele previu que Natal terá, pelo menos, seis candidatos a prefeito, reduzindo as possibilidades de aliança.  Pela experiência de quem já disputou muitas eleições, Garibaldi considerou "compreensível" o que  chamou de casamentos de ocasiões no pleito municipal deste ano.



Sobre o desgaste político do governo estadual no primeiro ano de administração, como atestam as pesquisas de opinião pública, o ministro disse que a governadora enfrenta uma situação semelhante à enfrentada por ele no primeiro ano de mandato, em 1995. "Eu dizia: meu Deus do Céu! Estou fazendo um esforço muito grande, mas o povo não está entendendo o que estou fazendo. Acho que Rosalba está fazendo um esforço grande" para colocar em prática os projetos de governo.

Garibaldi disse que é testemunha da luta da governadora neste sentido, indo a Brasília, tentendo viabilizar convênios e empréstimos para o Rio Grande do Norte. O ministro, que é senador licenciado, fez um parêntesis para lembrar que não basta apenas um pires na mão e apoio político para conseguir aprovar os projetos junto ao governo federal.

Segundo ele, tem de ter capacidade de endividamento se vai pedir financiamento. Caso contrário, precisa de contrapartida para conseguir os recursos. "E é preciso ter bons projetos. Tenho visto que a governadora tem levado bons projetos ao Banco Mundial, aos órgãos de financiamento nacional. Esta é a saída, tendo em vista que o Estado não tem fluxo de caixa. A arrecadação está comprometida, com o pagamento da folha de pessoal (está no limite) e custeio. O que sobra para investimento é muito pouco."

PREVIDÊNCIA

Otimismo com a reforma

Garibaldi demostrou otimismo com a aprovação do fundo de Previdência Complementar do servidor público na retomada dos trabalhos legislativos. "O projeto deixou de ser aprovado não por culpa do projeto em si, mas por um desentendimento político [na base do governo] que terminou gerando um clima inviável para a convocação de sessão extraordinária. Mas acredito que isso vai ser resolvido na próxima semana."

Garibaldi aproveitou para tranquilizar os servidores federais. Segundo ele, nenhum será atingido por essa medida. "Todos os que atualmente integram o serviço federal serão serão aposentados pelo regime atual, assim como as pensões também regidas pelo sistema atual."

Para o ministro, essa é a medida menos traumática para garantir a saúde financeira da previdência no futuro. Os números mostram que hoje existe um déficit de R$ 60 bilhões para garantir o pagamento de aposentados e pensionistas do serviço público.

Candidatura própria do PT ganha força em Mossoró

Edilson Damasceno - Jornal de Fato

Mossoró - A deputada federal Fátima Bezerra, que faz parte da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, afirmou ontem que não procede a versão de que o partido poderia intervir no diretório municipal em caso de insistência pela candidatura própria em detrimento do apoio à postulação da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) à Prefeitura de Mossoró. A afirmação foi feita ao reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Josivan Barbosa de Menezes, que é pré-candidato ao Executivo pelo PT. O encontro foi convocado por Josivan, que queria ouvir da parlamentar sua opinião sobre os últimos episódios envolvendo a sigla em Mossoró. Ele ouviu que Fátima defende a coligação do PT com PSB e que se o partido optar pela candidatura própria, ela estaria no palanque de Josivan.

Outra afirmação feita pela deputada federal foi de que não havia nenhum acordo entre ela e a também deputada federal Sandra Rosado (PSB) com vistas às eleições de 2014. Segundo Josivan Barbosa, Fátima Bezerra disse que não conversa sobre 2014 antes do pleito eleitoral de 2012. É havia a especulação de que Fátima estaria interessada em coligar o PT com o PSB para ter apoio do "Sandrismo" para uma provável candidatura ao Senado Federal.

A ida de Josivan Barbosa ao encontro de Fátima se deu depois que a corrente "Movimento PT", liderado por ela, apresentou posição contrária à candidatura própria do partido ao Palácio da Resistência. A corrente, em Mossoró, é coordenada pela petista Socorro Batista, que alegou que Larissa teria maior robustez política para agregar partidos em torno do projeto oposicionista.

Sobre a conversa com Fátima, Josivan disse que ficou claro que a deputada federal defende a aliança do PT com o PSB. Contudo, a decisão sobre o futuro caberia ao diretório local e que tudo dependeria da prévia que será realizada no dia 18 de março, quando os filiados vão optar entre a aliança e candidatura própria.

Ala petista lança manifesto de apoio a Josivan

Em meio à divisão do PT mossoroense sobre candidatura própria e o apoio ao PSB, a ala que apoia o projeto de Josivan Barbosa de Menezes lançou ontem um manifesto de apoio ao reitor da Ufersa. "Mossoró, neste ano de 2012, mostra claramente o desejo de abraçar uma proposta de mudança real que contemple a inversão de prioridades, o desenvolvimento sustentável, o planejamento urbano, a cidadania rural, a inclusão social e a transparência no trato com a coisa pública. Este desejo se traduz no palpável cansaço diante de um jogo de faz-de-conta que oferece opções limitadas ao continuísmo e à mesmice, que já não deixam margem a ilusões", diz a nota dos petistas que são solidários a Josivan Barbosa.

Mais adiante, a nota critica a tentativa de coligar o PT com o PSB e diz que, diante do governo Dilma Rousseff, chegou momento em que o "PT em Mossoró precisa mostrar a sua própria face, seu próprio discurso, seu imenso acervo de realizações e suas propostas para fazer por este município o que vem fazendo em prol de um Brasil que já se tornou reconhecidamente muito melhor". O documento divulgado ontem é uma réplica do pensamento já externado por Josivan Barbosa.

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