Consultor em comunicação política, Gaudêncio Torquato está prestes a lançar mais um livro: "Era uma Vez Mil Vezes - O Brasil de Todos os Vícios". Trata-se de uma coletânea de ensaios e artigos sobre características, cultura, avanços, retrocessos e - como evitar ao abordar este tema? - distorções da política nacional. O livro terá prefácios e "orelhas" do empresário Jorge Gerdau, do economista Delfim Neto e dos jornalistas Ricardo Noblat e Dora Kramer. O tema do novo título a ser lançado por Gaudêncio Torquato dá uma ideia dos assuntos a que ele tem se dedicado. Professor aposentado da Universidade de São Paulo, está em plena atividade como consultor, conferencista e articulista. Presta consultoria para políticos como o vice-presidente da República, Michel Temer. Semanalmente, publica artigos nos jornais O Estado de São Paulo e Tribuna do Norte. No Estadão, seus textos ficam ao lado do espaço reservado a personalidades como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Pedro Malan. Nesta entrevista à TRIBUNA, Gaudêncio é direto e firme nas avaliações e prognósticos sobre política, políticos e gestão pública. Afirma que o DEM é "carta fora do baralho", porque ficou pequeno demais para um partido que tenha pretensão de disputar o poder no País. Aponta que o senador Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, decepciona por não demonstrar ter envergadura de estadista. Vaticina que o PSDB não terá muitas chances em 2014. Além disso, vislumbra no governador de Pernambuco, Eduardo Campos, uma alternativa de candidato a presidente em uma aliança entre os políticos da geração "Pós 64". Gaudêncio também responde sobre o desempenho da presidenta Dilma Rousseff, as perspectivas da oposição e a influência que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá no pleito deste ano. Uma vez que é potiguar e não deixa de acompanhar a política local, ainda comenta sobre as dificuldades do governo Rosalba Ciarlini e da prefeita Micarla de Sousa.
Como o senhor tem acompanhado a
avaliação da opinião pública sobre a presidenta Dilma Rousseff.
Surpreende o índice de aprovação próximo de 80%?
A presidente Dilma tem se comportado de maneira muito eficiente à frente do governo. Esperava-se que ela fosse bastante tímida nestes primeiros anos, mas, ao contrário da expectativa inicial, tem demonstrado capacidade de atuar e adotar as medidas que considera como necessárias. Ela consegue se sair bem, tanto que está com a popularidade em alta. Eu diria que está superando as expectativas. Tem um desempenho surpreendente.
Ela conseguiu se deslocar da imagem política do ex-presidente Lula que a escolheu como candidata e foi decisivo na eleição?
Devagarinho está conseguindo firmar sua identidade. Ela está consolidando a imagem de administradora, com condições técnicas. A presidente conduz, cobra e vai aos detalhes. Ela lê os relatório e projetos que são levados pelos auxiliares, acompanha o andamento dos planos, programas e obras... Tem apresentado uma identidade com a exigência ética, quer ser respeitada. Consegue, assim, conduzir o governo, tanto que a área política não tem se esgarçado.
Como o senhor vê a influência de Lula na política nacional e no pleito deste ano?
Claro que ele tem uma participação na política nacional, um carisma inegável. Independente disto, com a popularidade de Dilma Rousseff em alta, não vejo espaço para que se tenha pretensão [dele] para voltar em 2014. A influência nas eleições municipais deste ano é relativa. O eleitor distingue o "Pai da Pátria, o Pai dos Pobres" das questões locais que deverão ser discutidas, tratadas com atenção. Em um pleito municipal, as pessoas querem saber muito dos problemas de sua cidade, do seu bairro, do seu cotidiano local. Se está com o estômago saciado, a geladeira cheia e algum dinheiro no bolso, isso tem um peso, claro. Alguma influência no voto. Mas as questões locais são muito importantes.
Em São Paulo, o pré-candidato do PT ainda não passou dos 3% nas principais pesquisas.
O fato é que, na disputa em São Paulo, a tendência é Fernando Haddad (ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à prefeitura) chegar próximo aos 25%, que é o índice histórico do PT no primeiro turno das eleições. Com isso, iria ao segundo turno com José Serra. O problema de Serra é o índice de rejeição, próximo de 35%. Foi o mesmo problema de Marta Suplicy. Pode baixar no decorrer da campanha, mas ainda assim a taxa de rejeição tende a ficar muito alta. Aí pode ser que Gabriel Chalita [deputado federal e pré-candidato do PMDB em São Paulo] tenha chance, cresça no decorrer da campanha. Eu vejo, em São Paulo, com possibilidades, Serra, Haddad e Chalita.
Então a influência de Lula na disputa em São Paulo e nas demais cidades será bem menor do que teve quando lançou Dilma Rousseff à presidência?
Sem dúvida alguma. Na eleição municipal, vale muito o envolvimento com as questões das regiões da cidade, dos bairros, das ruas, do dia a dia da população. No caso, quem falar a linguagem do paulistano deve levar vantagem.
Isso vale para a disputa em outros municípios?Sim, lógico. E é preciso notar que o eleitor e o cidadão têm outra visão atualmente. Ele tem capacidade de influir. Veja a Lei da Ficha Limpa. Foi discutida e aprovada graças à participação do cidadão. Há diversos outros exemplos. O cidadão está pressionando a área política. Isso tem um reflexo na disputa eleitoral. E, no pleito municipal, o valor local se sobrepõe.
Os candidatos devem, portanto, se preocupar mais com os assuntos da cidade, específicos?
Sim, um candidato a prefeito deve andar na cidade, gastar sola de sapato, pneus. Precisa estudar e conhecer os problemas e desafios do município, de todos os bairros, saber os nomes dos becos, os problemas de cada região. Conversar nos centros comunitários, escolas, onde estão as pessoas. E usar uma linguagem que a população entenda nos bairros. Dirigir o diálogo com o eleitor para questões locais.
E qual a influência que pode ter a internet e as redes sociais neste contexto?
A internet terá um papel ainda maior nesta eleição, particularmente no meio da pirâmide (social e de renda), que está cada vez mais interagindo. O país tem aproximadamente 60 milhões de usuários de internet.
Qual o papel que a oposição poderá exercer? Nitidamente, os partidos de oposição mostram reduzida capacidade de mobilização...
Governadores oposicionistas bem avaliados, como é o caso do de São Paulo, naturalmente, vão querer ajudar muitos políticos aliados em cidades do interior. Situação semelhante deve ocorrer em Minas Gerais, com [o governador Antônio] Anastásia; no Paraná, com [o governador] Beto Richa. Os governantes do PSDB ou de outros partidos de oposição, desde que estejam bem avaliados, poderão ter influência na campanha. Com isso, pode até abrir maiores chances aos candidatos que não são filiados a partidos da base aliada de Dilma. Porém, tendo a acreditar que o situacionismo consiga fazer de 70% a 75% dos candidatos a prefeito.
O que o leva a fazer esse prognóstico?
A geografia do voto a qual me referi anteriormente: "Dinheiro no bolso, com o Bolsa Família, geladeira cheia, estômago saciado, coração agradecido. Resultado: Cabeça escolhendo para votar em quem patrocina isto".
Isso beneficiará, necessariamente, os candidatos do PT ou também outros que serão lançados por legendas que integram a base da presidenta?
Os partidos da base... O situacionismo inclui o PT, PMDB, PR, PRB, PDT, PSB e PTB. Menos o PPS, PSDB e DEM.
Do ponto de vista de alternativa de poder para o país, o senhor vê perspectiva para a oposição, chances para uma nova aliança do PSDB com o DEM?
É preciso ver a situação econômica do país, dentro de uma visão comparativa do Brasil com o mundo... Se o Brasil passar ao largo da crise, mesmo tendo marolinhas pontuais, a tendência é o eleitor optar pela continuidade do projeto que está dando certo. Acho difícil a oposição tomar o poder em 2014.
Nem adianta Aécio Neves e José Serra brigarem pela vaga de candidato do PSDB, então? O partido de oposição não terá chance?
Os partidos sempre trabalham com a perspectiva de poder. Com a reeleição de Geraldo Alckmin e outras vitórias, [as legendas de oposição] não sairiam tão enfraquecidas. Pode até ser que a partir de um tropeço qualquer do governo federal, com uma situação inusitada [tenham possibilidade de disputar a presidência]. Em política não existem regras. Pode dar tudo errado [para o governo e para os partidos da situação]. Um tropeço, um tsunami. Alguma situação inesperada levaria a uma derrota [do candidato do governo, em 2014] e mudaria a face do país. Mas se o quadro continuar como está, o situacionismo continuará até 2014 e 2018. Talvez em 2018 possa haver alguma mudança.
"Aécio Neves tem sido uma grande decepção como senador"
Pelo que o senhor diz, a tendência é de candidatura à reeleição da presidenta Dilma. Mas pelos nomes no cenário atual, quem tende a se fortalecer como alternativa na oposição? Aécio Neves? Geraldo Alckmin ?
Aécio Neves tem sido uma grande decepção como senador. Esperava mais dele. Não tem discurso. Há uma vida particular que parece desajeitada. Falta a ele a postura de estadista. Ainda é muito "menino". Estamos muito pobres nesta área (lideranças de oposição). Um político que está crescendo muito é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. É ambicioso e tem feito um bom trabalho em Pernambuco, com dinheiro que entrou do governo federal. Então, ele poderá ser candidato em uma composição com Aécio Neves, Ciro Gomes, Cid Gomes, essa geração "Pós 64" (políticos que entraram na vida pública depois do Golpe Militar de 1964). Eduardo Campos confessou-me uma vez que o sonho dele é reunir o grupo "Pós 64" e tomar o país.
Ele romperia com a base do governo na qual está atualmente?
Veja bem, sempre pode haver uma composição de interesse. Ele e Aécio estão na mesma faixa etária. Gilberto Kassab [atual prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, partido criado recentemente] está na mesma faixa e quer fazer uma composição com o PSB. Teria uma aliança já do PSD de Kassab com o PSB de Eduardo Campos. A partir daí, outras lideranças, personalidades e partidos poderiam se unir em torno do projeto.
Se Eduardo Campos continuar como aliado ao PT, dificilmente terá oportunidade de ser candidato a presidente...
Na minha visão, ele teria mais "vez" com Aécio Neves e Kassab, esse pessoal todo reunido, do que com os petistas. O PT sempre foi: "Primeiro PT, segundo PT, terceiro PT". Só olha para o próprio umbigo. É um partido de igreja, fechado, hermético. Esse é o problema do PT.
O DEM não terá mais chance na política brasileira?
Eu acho que é carta fora do baralho da política brasileira. Tenho a impressão de que não tem futuro, com todo o respeito que tenho a José Agripino [senador e presidente nacional do partido], [ao deputado] ACM Neto e [ao ex-deputado] José Carlos Aleluia. São meus amigos, todos eles. Mas acho que o DEM tende a se esfacelar. Neste país, partido de médio para grande é que funciona. Quando o partido esfacela, quebra, fica muito pequeno, não tem perspectiva de poder.
E agora com essa crise provocada pelas denúncias contra o senador Demóstenes Torres a crise no DEM ficou mais grave...
Era uma figura importante no partido que teve de sair. Hoje vejo o DEM sendo bem acolhido pelo PMDB.
Seria mais provável ser acolhido pelo PMDB do que pelo PSDB?
Sim, mais provável com o PMDB do que com o PSDB. O PMDB é um partido que tem menos caciques.
Tem mais a característica de federação e isso ajudaria neste caso?
Tem a característica de maior democracia. Cada Estado tem sua composição. O PT é uma igreja, não dá. O PSDB tem muito cacique, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. Por tudo isso, acho mais fácil o DEM ser acolhido no PMDB.
O problema é que em alguns estados o PMDB tem lideranças consolidadas. Haveria espaço para os que deixassem o DEM?
Há possibilidade de composição, abertura de espaços. Não haveria empecilhos nacionais, seria uma questão mais regional, sem dificuldades para resolver. Todos fariam parte do diretório nacional e nos regionais teriam uma nova composição. Há sempre a possibilidade de rodízio nas direções.
Alguns setores do PT tentaram usar a CPI para apostar contra a imprensa, um procurador da República, a oposição... Isso tem um risco institucional?
O PT chegou a achar que esta CPI (do Cachoeira) teria implicações maiores para a oposição, para Marconi Perillo (governador de Goiás, do PSDB). Mas ela também respinga em outros políticos. Respinga em Sérgio Cabral (governador do Rio de Janeiro, do PMDB), Agnelo Queiroz (governador do Distrito Federal, do PT), alguns deputados e senadores. Enfim, pode atingir quadros do PT, do PMDB, do PSDB... Nessa circunstância, haverá sempre a tendência de acomodação interna [na CPI].
Observando o cenário da política local, a governadora Rosalba Ciarlini está, pelas últimas pesquisas, próxima de 60% de desaprovação em Natal, esse desgaste é reversível?
Bem, é o primeiro ano dela, um pouco mais... O primeiro ano geralmente é para tapar buraco; o segundo para começar a crescer; o terceiro para dar continuidade ao crescimento e à consolidação; e o quarto para o ápice da administração. Ela tem que ver este calendário. Se terminar este ano e continuar o próximo no buraco, estará invertendo o ciclo de vida do governante. Esse ciclo geralmente é: lançamento (primeiro ano), crescimento (segundo ano), consolidação e maturidade (terceiro) e o clímax (quarto). Mas é possível que ela possa reverter ainda. No entanto, tenho a impressão de que os problemas têm muita relação com o modelo de gestão. Parece que há questões que envolvem o mando efetivo. De qualquer modo, não é irreversível.
Isso abala a influência que ela poderia ter na eleição deste ano nos municípios?
Como as campanhas são muito localizadas, ela não terá papel fundamental na condução das campanhas nos municípios.
Mesmo assim a capacidade de influência pode diminuir bastante na situação atual?
Claro, quem tem uma boa avaliação influi mais. Quem não tem, não influi em nada. Mas no Rio Grande do Norte muitas vezes há uma questão de divisão de grupos que tem um peso maior. Então, a influência dela tende a ficar maior ou menor na região onde tradicionalmente atuou politicamente, em Mossoró e municípios próximos. Nesse caso o "bicho pega", porque tem uma simbologia política para ela muito forte. Ouvi já algo muito interessante, afirmando que houve uma "mossorolização" do Rio Grande do Norte.
De qualquer modo, ainda dá para aproveitar este segundo ano e "arrumar a casa" visando resultados na sequência?
Sim, sim. É preciso arrumar a casa. Identificar quais são os problemas mais importantes das regiões. Na minha visão, o ABC (lição mais básica) do governo começa com o delineamento das regiões do Estado. O Rio Grande do Norte tem quantas regiões? A partir daí, identificar quais são os grandes problemas nessas áreas. Geralmente não passam de cinco ou seis. Com isso, se parte para a definição e execução dos planos que enfrentem esses problemas. É essencial colocar a solução desses problemas em uma linha de prioridade.
Isso foi feito em alguns estados com resultados positivos, como em Pernambuco...
Exatamente. Claro. É o caminho. Tenho conversado muito com Jorge Gerdau, que vai apresentar o próximo livro que vou lançar. Ele tem essa visão. É preciso ter uma gestão de qualidade. Isso envolve identificar os problemas e definição de prioridades. Deixar as questões partidárias de lado. E afirmar: "Quero governar para todos os norte-rio-grandenses, independente de quais partidos tenham ou prefiram". Mas parece que a política aí é muito determinada, ainda, por força das influências partidárias e não pelo enfrentamento dos graves problemas do Estado. Sei que, neste ano, tem uma seca violenta que atinge as regiões do semiárido. Esse certamente é um problema que precisa ser cuidado prioritariamente. O governante deve ir para a rua conversar com o povo, ouvir, fazer uma administração descentralizada. Claro que faltam recursos, eu sei. Mas precisa haver uma gestão eficiente.
Agora há dificuldade até de compor a equipe...
Terrível isso. Uma situação na qual as pessoas não querem entrar no governo. Nunca vi. Parece que o governo não é mais imã. Antigamente diziam que o governo é imã, atraia todo mundo. Nesse caso, parece que é câncer. Está todo mundo correndo com medo.
E com relação à prefeita de Natal, que tem uma rejeição de quase 90% a esta altura da gestão?
Neste caso, não tem jeito.
Ela deveria descartar logo a disputa da reeleição, então?
Eu acho que é mais fácil o sol não nascer amanhã do que ela ser reeleita.
Em uma situação desta, qual seria o caminho, se não quiser abandonar totalmente a vida pública?
Terá que renascer das cinzas. Sabe a Fênix? A Fênix renasceu das cinzas. De mesma forma, ela terá que recomeçar. Candidatar-se, quando tiver chance, a vereadora, em outra oportunidade, a deputada estadual... Não querer ir por cima, disputar o Senado ou algo parecido.
Se for assim, com humildade, talvez seja possível reconstruir a vida pública?
A humildade é a maior qualidade de um político. Tem outras coisas que precisamos salientar. Na política, nem sempre a menor distância entre dois pontos é uma reta. Pode ser uma curva. Na geometria euclidiana, a menor distância entre dois pontos é uma reta. Na política, não. Ou pelo menos nem sempre. Pode ser uma curva. Isso significa que o político às vezes precisa fazer uma curva acentuada, ou seja, perder uma ou duas vezes para ganhar depois. Há situações nas quais a derrota é importante para a vitória seguinte. Veja o caso de Geraldo Alckmin que perdeu uma eleição presidencial e outra para prefeito de São Paulo (agora é governador, bem avaliado). Veja o caso de Fernando Henrique Cardoso, que perdeu a eleição para prefeito de São Paulo e se elegeu depois presidente da República. Veja o caso de Lula, que tantas vezes perdeu para presidente e se elegeu depois.
Em Natal, o próximo prefeito pegará uma cidade com problemas graves e em crise financeira. Terá um grande desafio...
É, um grande desafio. Vai ter que passar um bom tempo tapando buraco. Pode perder alguma credibilidade no início. Mas depois de arrumar a casa teria oportunidade de realizar obras essenciais. Se a peneira toda está furada, é preciso ver onde estão os maiores furos para aos poucos ir corrigindo.
Podemos concluir que, ao assumir o poder, seja no Estado ou no Município, é preciso ter a visão de que sem uma gestão eficiente não se alcança resultados positivos?
Sim, é preciso entender hoje a política e, particularmente, a administração pública, como uma missão que se assume e para a qual se olha além de fronteiras, de limites mais próximos. Precisa ver o município dentro da região, a região dentro do Estado... É preciso que se entenda a cabeça do cidadão, quais as demandas principais que ele tem. Daí porque, o governador ou o prefeito devem estar "antenados" com a sociedade, entender o momento. É necessário também saber buscar os recursos com bons projetos. Atualmente, quando se tem bons projetos, os recursos aparecem. Um dos problemas é este, ausência de bons projetos. Quem tem um planejamento adequado, consegue recursos. Há fundos de financiamento, mas às vezes faltam ideias.
Os prefeitos reclamam muito do que chamam de divisão injusta do "bolo tributário". Mas às vezes há incapacidade para ir em busca dos recursos onde estão disponíveis?
Sim. Eles precisam escolher os melhores administradores de maneira suprapartidária. Sem querer saber se estão ou não filiados a partidos A, B, C ou D. Chamar os principais planejadores, os melhores cérebros do Estado ou do município, dependendo do caso. Está faltando essa visão altaneira, cívica, cidadã.
Isso vale tanto para o governo do Estado, como para o próximo prefeito?
Sem dúvida alguma. Devem fazer uma convocação geral, com compromisso de fazer o governo sério. Veja, o Brasil inaugurou, com a Lei de Acesso à Informação, uma nova Era de Transparência. É um instrumento de avanço. Nenhum governante pode se eximir de dar respostas à sociedade. Diria que se abre mais um capítulo na administração transparente. Só será eficaz o governante que estiver "antenado" com esta realidade.
A presidente Dilma tem se comportado de maneira muito eficiente à frente do governo. Esperava-se que ela fosse bastante tímida nestes primeiros anos, mas, ao contrário da expectativa inicial, tem demonstrado capacidade de atuar e adotar as medidas que considera como necessárias. Ela consegue se sair bem, tanto que está com a popularidade em alta. Eu diria que está superando as expectativas. Tem um desempenho surpreendente.
Ela conseguiu se deslocar da imagem política do ex-presidente Lula que a escolheu como candidata e foi decisivo na eleição?
Devagarinho está conseguindo firmar sua identidade. Ela está consolidando a imagem de administradora, com condições técnicas. A presidente conduz, cobra e vai aos detalhes. Ela lê os relatório e projetos que são levados pelos auxiliares, acompanha o andamento dos planos, programas e obras... Tem apresentado uma identidade com a exigência ética, quer ser respeitada. Consegue, assim, conduzir o governo, tanto que a área política não tem se esgarçado.
Como o senhor vê a influência de Lula na política nacional e no pleito deste ano?
Claro que ele tem uma participação na política nacional, um carisma inegável. Independente disto, com a popularidade de Dilma Rousseff em alta, não vejo espaço para que se tenha pretensão [dele] para voltar em 2014. A influência nas eleições municipais deste ano é relativa. O eleitor distingue o "Pai da Pátria, o Pai dos Pobres" das questões locais que deverão ser discutidas, tratadas com atenção. Em um pleito municipal, as pessoas querem saber muito dos problemas de sua cidade, do seu bairro, do seu cotidiano local. Se está com o estômago saciado, a geladeira cheia e algum dinheiro no bolso, isso tem um peso, claro. Alguma influência no voto. Mas as questões locais são muito importantes.
Em São Paulo, o pré-candidato do PT ainda não passou dos 3% nas principais pesquisas.
O fato é que, na disputa em São Paulo, a tendência é Fernando Haddad (ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à prefeitura) chegar próximo aos 25%, que é o índice histórico do PT no primeiro turno das eleições. Com isso, iria ao segundo turno com José Serra. O problema de Serra é o índice de rejeição, próximo de 35%. Foi o mesmo problema de Marta Suplicy. Pode baixar no decorrer da campanha, mas ainda assim a taxa de rejeição tende a ficar muito alta. Aí pode ser que Gabriel Chalita [deputado federal e pré-candidato do PMDB em São Paulo] tenha chance, cresça no decorrer da campanha. Eu vejo, em São Paulo, com possibilidades, Serra, Haddad e Chalita.
Então a influência de Lula na disputa em São Paulo e nas demais cidades será bem menor do que teve quando lançou Dilma Rousseff à presidência?
Sem dúvida alguma. Na eleição municipal, vale muito o envolvimento com as questões das regiões da cidade, dos bairros, das ruas, do dia a dia da população. No caso, quem falar a linguagem do paulistano deve levar vantagem.
Isso vale para a disputa em outros municípios?Sim, lógico. E é preciso notar que o eleitor e o cidadão têm outra visão atualmente. Ele tem capacidade de influir. Veja a Lei da Ficha Limpa. Foi discutida e aprovada graças à participação do cidadão. Há diversos outros exemplos. O cidadão está pressionando a área política. Isso tem um reflexo na disputa eleitoral. E, no pleito municipal, o valor local se sobrepõe.
Os candidatos devem, portanto, se preocupar mais com os assuntos da cidade, específicos?
Sim, um candidato a prefeito deve andar na cidade, gastar sola de sapato, pneus. Precisa estudar e conhecer os problemas e desafios do município, de todos os bairros, saber os nomes dos becos, os problemas de cada região. Conversar nos centros comunitários, escolas, onde estão as pessoas. E usar uma linguagem que a população entenda nos bairros. Dirigir o diálogo com o eleitor para questões locais.
E qual a influência que pode ter a internet e as redes sociais neste contexto?
A internet terá um papel ainda maior nesta eleição, particularmente no meio da pirâmide (social e de renda), que está cada vez mais interagindo. O país tem aproximadamente 60 milhões de usuários de internet.
Qual o papel que a oposição poderá exercer? Nitidamente, os partidos de oposição mostram reduzida capacidade de mobilização...
Governadores oposicionistas bem avaliados, como é o caso do de São Paulo, naturalmente, vão querer ajudar muitos políticos aliados em cidades do interior. Situação semelhante deve ocorrer em Minas Gerais, com [o governador Antônio] Anastásia; no Paraná, com [o governador] Beto Richa. Os governantes do PSDB ou de outros partidos de oposição, desde que estejam bem avaliados, poderão ter influência na campanha. Com isso, pode até abrir maiores chances aos candidatos que não são filiados a partidos da base aliada de Dilma. Porém, tendo a acreditar que o situacionismo consiga fazer de 70% a 75% dos candidatos a prefeito.
O que o leva a fazer esse prognóstico?
A geografia do voto a qual me referi anteriormente: "Dinheiro no bolso, com o Bolsa Família, geladeira cheia, estômago saciado, coração agradecido. Resultado: Cabeça escolhendo para votar em quem patrocina isto".
Isso beneficiará, necessariamente, os candidatos do PT ou também outros que serão lançados por legendas que integram a base da presidenta?
Os partidos da base... O situacionismo inclui o PT, PMDB, PR, PRB, PDT, PSB e PTB. Menos o PPS, PSDB e DEM.
Do ponto de vista de alternativa de poder para o país, o senhor vê perspectiva para a oposição, chances para uma nova aliança do PSDB com o DEM?
É preciso ver a situação econômica do país, dentro de uma visão comparativa do Brasil com o mundo... Se o Brasil passar ao largo da crise, mesmo tendo marolinhas pontuais, a tendência é o eleitor optar pela continuidade do projeto que está dando certo. Acho difícil a oposição tomar o poder em 2014.
Nem adianta Aécio Neves e José Serra brigarem pela vaga de candidato do PSDB, então? O partido de oposição não terá chance?
Os partidos sempre trabalham com a perspectiva de poder. Com a reeleição de Geraldo Alckmin e outras vitórias, [as legendas de oposição] não sairiam tão enfraquecidas. Pode até ser que a partir de um tropeço qualquer do governo federal, com uma situação inusitada [tenham possibilidade de disputar a presidência]. Em política não existem regras. Pode dar tudo errado [para o governo e para os partidos da situação]. Um tropeço, um tsunami. Alguma situação inesperada levaria a uma derrota [do candidato do governo, em 2014] e mudaria a face do país. Mas se o quadro continuar como está, o situacionismo continuará até 2014 e 2018. Talvez em 2018 possa haver alguma mudança.
"Aécio Neves tem sido uma grande decepção como senador"
Pelo que o senhor diz, a tendência é de candidatura à reeleição da presidenta Dilma. Mas pelos nomes no cenário atual, quem tende a se fortalecer como alternativa na oposição? Aécio Neves? Geraldo Alckmin ?
Aécio Neves tem sido uma grande decepção como senador. Esperava mais dele. Não tem discurso. Há uma vida particular que parece desajeitada. Falta a ele a postura de estadista. Ainda é muito "menino". Estamos muito pobres nesta área (lideranças de oposição). Um político que está crescendo muito é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. É ambicioso e tem feito um bom trabalho em Pernambuco, com dinheiro que entrou do governo federal. Então, ele poderá ser candidato em uma composição com Aécio Neves, Ciro Gomes, Cid Gomes, essa geração "Pós 64" (políticos que entraram na vida pública depois do Golpe Militar de 1964). Eduardo Campos confessou-me uma vez que o sonho dele é reunir o grupo "Pós 64" e tomar o país.
Ele romperia com a base do governo na qual está atualmente?
Veja bem, sempre pode haver uma composição de interesse. Ele e Aécio estão na mesma faixa etária. Gilberto Kassab [atual prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, partido criado recentemente] está na mesma faixa e quer fazer uma composição com o PSB. Teria uma aliança já do PSD de Kassab com o PSB de Eduardo Campos. A partir daí, outras lideranças, personalidades e partidos poderiam se unir em torno do projeto.
Se Eduardo Campos continuar como aliado ao PT, dificilmente terá oportunidade de ser candidato a presidente...
Na minha visão, ele teria mais "vez" com Aécio Neves e Kassab, esse pessoal todo reunido, do que com os petistas. O PT sempre foi: "Primeiro PT, segundo PT, terceiro PT". Só olha para o próprio umbigo. É um partido de igreja, fechado, hermético. Esse é o problema do PT.
O DEM não terá mais chance na política brasileira?
Eu acho que é carta fora do baralho da política brasileira. Tenho a impressão de que não tem futuro, com todo o respeito que tenho a José Agripino [senador e presidente nacional do partido], [ao deputado] ACM Neto e [ao ex-deputado] José Carlos Aleluia. São meus amigos, todos eles. Mas acho que o DEM tende a se esfacelar. Neste país, partido de médio para grande é que funciona. Quando o partido esfacela, quebra, fica muito pequeno, não tem perspectiva de poder.
E agora com essa crise provocada pelas denúncias contra o senador Demóstenes Torres a crise no DEM ficou mais grave...
Era uma figura importante no partido que teve de sair. Hoje vejo o DEM sendo bem acolhido pelo PMDB.
Seria mais provável ser acolhido pelo PMDB do que pelo PSDB?
Sim, mais provável com o PMDB do que com o PSDB. O PMDB é um partido que tem menos caciques.
Tem mais a característica de federação e isso ajudaria neste caso?
Tem a característica de maior democracia. Cada Estado tem sua composição. O PT é uma igreja, não dá. O PSDB tem muito cacique, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. Por tudo isso, acho mais fácil o DEM ser acolhido no PMDB.
O problema é que em alguns estados o PMDB tem lideranças consolidadas. Haveria espaço para os que deixassem o DEM?
Há possibilidade de composição, abertura de espaços. Não haveria empecilhos nacionais, seria uma questão mais regional, sem dificuldades para resolver. Todos fariam parte do diretório nacional e nos regionais teriam uma nova composição. Há sempre a possibilidade de rodízio nas direções.
Alguns setores do PT tentaram usar a CPI para apostar contra a imprensa, um procurador da República, a oposição... Isso tem um risco institucional?
O PT chegou a achar que esta CPI (do Cachoeira) teria implicações maiores para a oposição, para Marconi Perillo (governador de Goiás, do PSDB). Mas ela também respinga em outros políticos. Respinga em Sérgio Cabral (governador do Rio de Janeiro, do PMDB), Agnelo Queiroz (governador do Distrito Federal, do PT), alguns deputados e senadores. Enfim, pode atingir quadros do PT, do PMDB, do PSDB... Nessa circunstância, haverá sempre a tendência de acomodação interna [na CPI].
Observando o cenário da política local, a governadora Rosalba Ciarlini está, pelas últimas pesquisas, próxima de 60% de desaprovação em Natal, esse desgaste é reversível?
Bem, é o primeiro ano dela, um pouco mais... O primeiro ano geralmente é para tapar buraco; o segundo para começar a crescer; o terceiro para dar continuidade ao crescimento e à consolidação; e o quarto para o ápice da administração. Ela tem que ver este calendário. Se terminar este ano e continuar o próximo no buraco, estará invertendo o ciclo de vida do governante. Esse ciclo geralmente é: lançamento (primeiro ano), crescimento (segundo ano), consolidação e maturidade (terceiro) e o clímax (quarto). Mas é possível que ela possa reverter ainda. No entanto, tenho a impressão de que os problemas têm muita relação com o modelo de gestão. Parece que há questões que envolvem o mando efetivo. De qualquer modo, não é irreversível.
Isso abala a influência que ela poderia ter na eleição deste ano nos municípios?
Como as campanhas são muito localizadas, ela não terá papel fundamental na condução das campanhas nos municípios.
Mesmo assim a capacidade de influência pode diminuir bastante na situação atual?
Claro, quem tem uma boa avaliação influi mais. Quem não tem, não influi em nada. Mas no Rio Grande do Norte muitas vezes há uma questão de divisão de grupos que tem um peso maior. Então, a influência dela tende a ficar maior ou menor na região onde tradicionalmente atuou politicamente, em Mossoró e municípios próximos. Nesse caso o "bicho pega", porque tem uma simbologia política para ela muito forte. Ouvi já algo muito interessante, afirmando que houve uma "mossorolização" do Rio Grande do Norte.
De qualquer modo, ainda dá para aproveitar este segundo ano e "arrumar a casa" visando resultados na sequência?
Sim, sim. É preciso arrumar a casa. Identificar quais são os problemas mais importantes das regiões. Na minha visão, o ABC (lição mais básica) do governo começa com o delineamento das regiões do Estado. O Rio Grande do Norte tem quantas regiões? A partir daí, identificar quais são os grandes problemas nessas áreas. Geralmente não passam de cinco ou seis. Com isso, se parte para a definição e execução dos planos que enfrentem esses problemas. É essencial colocar a solução desses problemas em uma linha de prioridade.
Isso foi feito em alguns estados com resultados positivos, como em Pernambuco...
Exatamente. Claro. É o caminho. Tenho conversado muito com Jorge Gerdau, que vai apresentar o próximo livro que vou lançar. Ele tem essa visão. É preciso ter uma gestão de qualidade. Isso envolve identificar os problemas e definição de prioridades. Deixar as questões partidárias de lado. E afirmar: "Quero governar para todos os norte-rio-grandenses, independente de quais partidos tenham ou prefiram". Mas parece que a política aí é muito determinada, ainda, por força das influências partidárias e não pelo enfrentamento dos graves problemas do Estado. Sei que, neste ano, tem uma seca violenta que atinge as regiões do semiárido. Esse certamente é um problema que precisa ser cuidado prioritariamente. O governante deve ir para a rua conversar com o povo, ouvir, fazer uma administração descentralizada. Claro que faltam recursos, eu sei. Mas precisa haver uma gestão eficiente.
Agora há dificuldade até de compor a equipe...
Terrível isso. Uma situação na qual as pessoas não querem entrar no governo. Nunca vi. Parece que o governo não é mais imã. Antigamente diziam que o governo é imã, atraia todo mundo. Nesse caso, parece que é câncer. Está todo mundo correndo com medo.
E com relação à prefeita de Natal, que tem uma rejeição de quase 90% a esta altura da gestão?
Neste caso, não tem jeito.
Ela deveria descartar logo a disputa da reeleição, então?
Eu acho que é mais fácil o sol não nascer amanhã do que ela ser reeleita.
Em uma situação desta, qual seria o caminho, se não quiser abandonar totalmente a vida pública?
Terá que renascer das cinzas. Sabe a Fênix? A Fênix renasceu das cinzas. De mesma forma, ela terá que recomeçar. Candidatar-se, quando tiver chance, a vereadora, em outra oportunidade, a deputada estadual... Não querer ir por cima, disputar o Senado ou algo parecido.
Se for assim, com humildade, talvez seja possível reconstruir a vida pública?
A humildade é a maior qualidade de um político. Tem outras coisas que precisamos salientar. Na política, nem sempre a menor distância entre dois pontos é uma reta. Pode ser uma curva. Na geometria euclidiana, a menor distância entre dois pontos é uma reta. Na política, não. Ou pelo menos nem sempre. Pode ser uma curva. Isso significa que o político às vezes precisa fazer uma curva acentuada, ou seja, perder uma ou duas vezes para ganhar depois. Há situações nas quais a derrota é importante para a vitória seguinte. Veja o caso de Geraldo Alckmin que perdeu uma eleição presidencial e outra para prefeito de São Paulo (agora é governador, bem avaliado). Veja o caso de Fernando Henrique Cardoso, que perdeu a eleição para prefeito de São Paulo e se elegeu depois presidente da República. Veja o caso de Lula, que tantas vezes perdeu para presidente e se elegeu depois.
Em Natal, o próximo prefeito pegará uma cidade com problemas graves e em crise financeira. Terá um grande desafio...
É, um grande desafio. Vai ter que passar um bom tempo tapando buraco. Pode perder alguma credibilidade no início. Mas depois de arrumar a casa teria oportunidade de realizar obras essenciais. Se a peneira toda está furada, é preciso ver onde estão os maiores furos para aos poucos ir corrigindo.
Podemos concluir que, ao assumir o poder, seja no Estado ou no Município, é preciso ter a visão de que sem uma gestão eficiente não se alcança resultados positivos?
Sim, é preciso entender hoje a política e, particularmente, a administração pública, como uma missão que se assume e para a qual se olha além de fronteiras, de limites mais próximos. Precisa ver o município dentro da região, a região dentro do Estado... É preciso que se entenda a cabeça do cidadão, quais as demandas principais que ele tem. Daí porque, o governador ou o prefeito devem estar "antenados" com a sociedade, entender o momento. É necessário também saber buscar os recursos com bons projetos. Atualmente, quando se tem bons projetos, os recursos aparecem. Um dos problemas é este, ausência de bons projetos. Quem tem um planejamento adequado, consegue recursos. Há fundos de financiamento, mas às vezes faltam ideias.
Os prefeitos reclamam muito do que chamam de divisão injusta do "bolo tributário". Mas às vezes há incapacidade para ir em busca dos recursos onde estão disponíveis?
Sim. Eles precisam escolher os melhores administradores de maneira suprapartidária. Sem querer saber se estão ou não filiados a partidos A, B, C ou D. Chamar os principais planejadores, os melhores cérebros do Estado ou do município, dependendo do caso. Está faltando essa visão altaneira, cívica, cidadã.
Isso vale tanto para o governo do Estado, como para o próximo prefeito?
Sem dúvida alguma. Devem fazer uma convocação geral, com compromisso de fazer o governo sério. Veja, o Brasil inaugurou, com a Lei de Acesso à Informação, uma nova Era de Transparência. É um instrumento de avanço. Nenhum governante pode se eximir de dar respostas à sociedade. Diria que se abre mais um capítulo na administração transparente. Só será eficaz o governante que estiver "antenado" com esta realidade.
0 Comentários:
Postar um comentário