sábado, 24 de novembro de 2012

Homenagem a José Martins dos Santos

Homenagem a José Martins dos Santos
Autor: Marciano Medeiros


Foi com desmedida emoção que fui informado sobre o desaparecimento físico de um homem que muito aprendi a admirar. José Martins dos Santos deixou lembranças difíceis de serem apagadas. O conheci por intermédio de seu sobrinho Paulo Martins e criamos um vínculo de encontros e reencontros constantes.

        Sempre conversávamos de modo ameno. Ele a tudo ouvia com um discreto sorriso, trazido pela maturidade, que a vida lhe deu. Falávamos sobre temas polêmicos e José Martins de modo simpático, porém seguro, sempre mantinha sua argumentação. Muitas vezes passávamos horas refletindo, sobre determinados aspectos das doutrinas e algumas interpretações da Bíblia.

        Formado em medicina sempre fazia questão de se atualizar e ficou conhecido na proximidade de Angicos, por um dos títulos mais nobres que um homem de bem pode ter: ”Médico da pobreza”. Conforme me informaram discretamente, ele atendia as pessoas até mesmo em sua residência, pois que muitos aflitos o procuravam mesmo em horas avançadas da noite.

        Ainda participei de uma confraternização de sua família ocorrida na fazenda e as lembranças estão guardadas de modo indelével em minha alma. O sorriso sertanejo, a simpatia natural, a cordialidade permanente, eram os traços predominantes, numa personalidade aparentemente autoritária e que guardava rara sensibilidade interior.

        Recentemente foi internado no Hospital do coração e passei a visitá-lo, em companhia de Paulo e Mônica. José Martins se manteve tranquilo, comportando-se de modo corajoso, até o último momento. Na madrugada do dia 13 de novembro, despediu-se da vida física, de maneira discreta e silenciosamente, como se quisesse partir para a eternidade iluminado pelas estrelas e sem poder abraçar nenhum dos seus numerosos amigos e parentes, pois que não aguentaria tão grande emoção que existe numa perda psicológica.   

        Não pude comparecer ao seu velório e Deus naturalmente aponta caminhos, diferentes dos que imaginamos querer. Deste modo não guardarei qualquer imagem fúnebre deste amigo e permanecerão apenas em meu ser, as lembranças do seu aspecto sereno, de sua fala alta chamando por Paulo e o semblante de quem envelheceu com alma de menino. Um abraço fraterno “velho essênio”, (você sabe por qual motivo o apelidamos assim, de modo fraterno e carinhoso) e que Deus o mantenha firme na vida eterna. Não te dizemos adeus e sim até logo, pois um dia nos encontraremos no tempo e no espaço, quando deixarmos este verdadeiro baile de máscaras que chamamos de vida.
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