Homenagem
a José Martins dos Santos
Autor:
Marciano Medeiros
Foi com desmedida emoção que fui informado
sobre o desaparecimento físico de um homem que muito aprendi a admirar. José
Martins dos Santos deixou lembranças difíceis de serem apagadas. O conheci por
intermédio de seu sobrinho Paulo Martins e criamos um vínculo de encontros e
reencontros constantes.
Sempre
conversávamos de modo ameno. Ele a tudo ouvia com um discreto sorriso, trazido
pela maturidade, que a vida lhe deu. Falávamos sobre temas polêmicos e José
Martins de modo simpático, porém seguro, sempre mantinha sua argumentação.
Muitas vezes passávamos horas refletindo, sobre determinados aspectos das
doutrinas e algumas interpretações da Bíblia.
Formado em medicina sempre fazia questão
de se atualizar e ficou conhecido na proximidade de Angicos, por um dos títulos
mais nobres que um homem de bem pode ter: ”Médico da pobreza”. Conforme me
informaram discretamente, ele atendia as pessoas até mesmo em sua residência, pois
que muitos aflitos o procuravam mesmo em horas avançadas da noite.
Ainda participei de uma confraternização
de sua família ocorrida na fazenda e as lembranças estão guardadas de modo
indelével em minha alma. O sorriso sertanejo, a simpatia natural, a
cordialidade permanente, eram os traços predominantes, numa personalidade
aparentemente autoritária e que guardava rara sensibilidade interior.
Recentemente foi internado no Hospital
do coração e passei a visitá-lo, em companhia de Paulo e Mônica. José Martins
se manteve tranquilo, comportando-se de modo corajoso, até o último momento. Na
madrugada do dia 13 de novembro, despediu-se da vida física, de maneira
discreta e silenciosamente, como se quisesse partir para a eternidade iluminado
pelas estrelas e sem poder abraçar nenhum dos seus numerosos amigos e parentes,
pois que não aguentaria tão grande emoção que existe numa perda psicológica.
Não pude comparecer ao seu velório e
Deus naturalmente aponta caminhos, diferentes dos que imaginamos querer. Deste
modo não guardarei qualquer imagem fúnebre deste amigo e permanecerão apenas em
meu ser, as lembranças do seu aspecto sereno, de sua fala alta chamando por
Paulo e o semblante de quem envelheceu com alma de menino. Um abraço fraterno “velho
essênio”, (você sabe por qual motivo o apelidamos assim, de modo fraterno e
carinhoso) e que Deus o mantenha firme na vida eterna. Não te dizemos adeus e
sim até logo, pois um dia nos encontraremos no tempo e no espaço, quando
deixarmos este verdadeiro baile de máscaras que chamamos de vida.
.
0 Comentários:
Postar um comentário