Tudo faz parte de uma grande “estratégia” do “jogo político”. Foi assim que o deputado estadual do PMDB, Nélter Queiroz, classificou a permanência do partido na base aliada do Governo do Estado. Em especial, das seguidas negativas do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, de que não será candidato a governador em 2014. Segundo Nélter, “finda” Garibaldi e Fátima formando a chapa majoritária para a disputa do próximo ano, com Garibaldi na condição de candidato a governador e Fátima para o Senado.
“Eu acho que ‘finda’ Garibaldi sendo candidato a governador do Estado. Eu acho que a chapa, na minha opinião, está praticamente formada, com Garibaldi e Fátima Bezerra. Acho que Garibaldi está jogando bem, dizendo que não é candidato, para a presidente da República, Dilma Rousseff, chamá-lo, convidá-lo na época oportuna, através do PT, e lançar essa chapa”, afirmou Nélter, em entrevista ao Jornal Verdade, da SimTV!.
Questionado se a permanência do PMDB na base aliada do Governo era “mentira”, Nélter Queiroz negou. “Mentira não, é uma estratégia”, garantiu, explicando que, de qualquer forma, 2013 ainda não era ano eleitoral e que a intenção de Garibaldi e Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados era “ajudar o Rio Grande do Norte”, por isso, não se falaria em política neste ano.
Mesmo assim, porém, Nélter acredita que Garibaldi Filho deve definir sua situação “a qualquer momento”. “Eu, se fosse Garibaldi Filho, acho que ele vai anunciar que os cargos que ele indicou, Ação Social e Fundac, que a governadora fique a vontade para mudar”, afirmou o deputado, confirmando, também, que Garibaldi já teria tentado fazer isso na última reunião do conselho político e, convencido por Henrique, teria voltado atrás. “Na hora que ele fizer isso fica respaldado (para ser candidato)”, afirmou Nélter, acrescentando que Garibaldi deve fazer isso “a qualquer momento”.
Garibaldi no exato momento é consequência da situação que ele vivenciou quando foi candidato ao Governo do Estado em 2006 e, mesmo sendo o “favorito” para a disputa, acabou sendo derrotado por Wilma de Faria, do PSB, que na época disputava a reeleição. “Você lembra que ele se lançou candidato, o ‘candidato de férias’, e acabou derrotado por Wilma. Como ele já teve esse problema, está inteligente demais nesse ponto agora, muito esperto e ficar aguardando”, justificou.
Uma confirmação de que Garibaldi deixará a base do Governo do Estado seria um golpe na gestão estadual, uma vez que ele e Rosalba sempre foram grandes aliados. “A estratégia de Rosalba (para ter identificação com o ministro) começou desde a época que ela foi candidata à vaga de senadora. Se Garibaldi estava numa cadeira, Rosalba sentava perto dele. Se Garibaldi ia para qualquer cidade do Estado, Rosalba ia atrás, para se eleger senadora e, depois, governadora. E aí Garibaldi na verdade ficou muito identificado com Rosalba e ela com Garibaldi”, analisou Nélter.
Por isso, explica Nélter, dificilmente, Rosalba Ciarlini consegue se recuperar a ponto de viabilizar uma candidatura a reeleição. “Acho que a política no próximo ano é uma coisa que será discutida oportunamente, mas eu não vejo como, realmente, o Governo levantar, viabilizar a sua reeleição. Ela pode até melhorar com o apoio do deputado Henrique Alves (do PMDB, que é o presidente da Câmara dos Deputados)”, afirmou o deputado estadual.
INSATISFAÇÃO
Quando Nélter Queiroz afirma que Rosalba Ciarlini não deve se recuperar ele deixa transparecer certa suspeição. Afinal, ele não fez parte do grupo peemedebista que votou na governadora. Apoiou a candidatura a reeleição de Iberê Ferreira de Sousa, do PSB. Além disso, no início do ano, chegou a afirmar que o PMDB deveria ter candidatura própria. E mais: disse que Rosalba não deveria nem mesmo subir no palanque do futuro candidato peemedebista.
Jornal de Hoje
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