O Ministério Público Federal põe sob suspeita o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, no caso de desvio de recursos públicos destinados ao projeto Jampa Digital, de instalação de banda larga sem fio para a população carente de João Pessoa (PB). “Os indícios apontam para a participação do sr. Aguinaldo Velloso Borges Ribeiro, atual ministro de Estado, nos fatos supostamente criminosos objeto da investigação”, assinala o procurador regional da República Domingos Sávio Tenório de Amorim.
Em manifestação de nove páginas, Amorim requer ao Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, sediado no Recife, que encaminhe ao Supremo Tribunal Federal os autos da Operação Logoff – investigação da Polícia Federal sobre superfaturamento de R$ 1,66 milhão em contrato fechado em 2009 por meio de convênio entre o governo federal e a administração municipal da capital da Paraíba.
O caso foi para o STF pelo fato de o ministro ter sido citado.
O procurador transcreve depoimentos que falam de Ribeiro e faz menção a um e-mail entre dois executivos, um deles Paulo de Tarso, sócio da Ideia Digital – que teria sido favorecida para instalação do programa ao custo global de R$ 6,25 milhões -, em que citam o ministro e o pagamento de valor a quatro pessoas da Universidade Federal da Paraíba. “Essa correspondência demonstra até que ponto Aguinaldo Ribeiro estava ligado ao projeto e provavelmente às ilicitudes praticadas”, diz o procurador. “(O e-mail) é elemento indicativo da participação de Aguinaldo Ribeiro.”
Assessor. O MPF destaca a parceria do ministro, que foi secretário de Ciência e Tecnologia na Paraíba, com o executivo Paulo Badaró, idealizador do projeto e investigado pela Operação Logoff – ele integrava a Rede Brasileira de Visualização (RBV), ligada a uma empresa pública do Ministério da Ciência, e mantinha “relações profissionais” com a Ideia Digital.
Estadão
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