A reportagem foi veiculada no Bom Dia Brasil.
No Rio Grande do Norte, equipamentos modernos, que deveriam ser usados nas escolas públicas, estão encaixotados. A empresa que venceu a licitação quer mais dinheiro por causa da alta do dólar.
São 1.774 tablets que estão guardados em um galpão. Custaram R$ 820 mil.
Mas o projetor, chamado de lousa, que deve ser usado com o tablet, só existe na foto da empresa vencedora do pregão eletrônico.
Em uma das 292 escolas estaduais do Rio Grande do Norte que deveriam ter recebido o kit composto por tablet e lousa interativa, a expectativa virou frustração.
“Até o presente momento não recebemos nenhuma lousa. Estamos esperando, né?”, diz a diretora da escola, Soraia Silva.
O dinheiro para a compra das lousas existe: R$ 3,237 milhões, o que daria R$ 1.825 por projetor.
A Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte justifica a interrupção do negócio. “Não foi possível a empresa entregar esses equipamentos pelo valor previsto, em razão da alta do dólar”, diz a coordenadora de Planejamento da Secretaria de Educação do RN, Elizabete Barbosa.
A empresa que deveria entregar os equipamentos quer um acréscimo de 16% no valor aprovado, aumentando o custo de cada lousa em quase R$ 300: R$ 2.100 por lousa.
O Ministério da Educação proibiu os estados de completar a verba, impasse que levou o Ministério Público a abrir um procedimento para verificar a inutilização dos tablets.
“Como todo equipamento eletrônico, o fato de ter sido adquirido e estar acondicionado em um depósito, ele, por si, já cria dúvidas, risco de inutilização mecânica”, avalia a promotora Carla Campos.
O Ministério da Educação disse que a decisão de aguardar o recebimento de computadores interativos antes de distribuir os tablets foi da Secretaria Estadual de Educação.
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