Um problema inesperado irá atrasar a vida de milhares de turistas estrangeiros que viajarão pelo Brasil de navio durante a Copa do Mundo.
São cerca de 3.500 torcedores —mexicanos em maioria— que compraram pacote para viajar de cruzeiro entre as sedes das partidas e que irão assistir a jogos em Natal.
Uma ponte próxima ao porto da capital potiguar impedirá a aproximação do MSC Divina, navio de 67 metros de altura fretado pela operadora mexicana Mundomex para transportar os turistas.
A ponte, aberta em 2007, tem 55 metros de altura.
Como ancorar o navio no mar e levar passageiros em botes até o novo terminal marítimo de Natal-que só deverá ficar pronto em maio- levaria ao menos três horas, a operadora rejeitou a opção.
Resultado: os torcedores terão que descer no Recife e percorrer 280 km por terra até Natal, em cerca de cem ônibus e em regime de "bate e volta".
"Programamos isso [parada em Natal] em dezembro [de 2013], mas cancelamos em fevereiro", disse Maria Laris, executiva da Mundomex.
"Checamos todas as opções, e transportar o grupo de ônibus foi a melhor."
Originalmente, o navio ancoraria em Natal, de onde os turistas seguiriam para ver a estreia do México, em 13 de junho, contra Camarões.
Também há previsão de outra parada em Natal em 24 de junho, para Uruguai x Itália. Agora tudo será feito por terra desde Recife.
Em 2012, ao lançar a obra do terminal marítimo de passageiros de Natal, a Secretaria de Portos informou que esse tipo de equipamento permitiria às sedes da Copa receber navios que funcionariam como "hotéis flutuantes".
A Mundomex afirma que a mudança não motivou queixas. Cada torcedor pagou de US$ 9.500 a US$ 50 mil pela viagem, incluindo ingressos.
RESPONSABILIDADES
Órgãos envolvidos na organização da Copa disseram não ter responsabilidade sobre o traslado dos turistas.
A Secretaria da Copa do Rio Grande do Norte afirmou não ter "domínio da situação". O COL (Comitê Organizador Local) disse que não cuida de transporte de torcedores.
A Secretaria de Portos da Presidência afirmou não participar de negociações entre agências e docas para atracação dos cruzeiros. Disse, contudo, que os terminais de passageiros estarão operacionais para receber navios na Copa.
A Companhia Docas do Rio Grande do Norte, que administra o porto, não comentou o tema. A Prefeitura de Natal disse que a ponte "é um obstáculo e não tem solução".
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