Um grande número de funcionários aderiu a um plano de demissão voluntária da Petrobras, lançado como forma de economizar dinheiro. Especialistas dizem que a estatal vai economizar no lado financeiro, mas vai perder mão de obra especializada, vital para muitos projetos.
O primeiro plano de incentivo a demissões em 14 anos teve adesão de 8.298 funcionários, 12,4% do total. Todos ou já se aposentaram pelo INSS, ou tem idade para isso.
A previsão é que 55% das demissões voluntárias aconteçam ainda este ano. Com elas, a Petrobras espera economizar R$ 13 bilhões até 2018. As despesas com as indenizações vão chegar a R$ 2,4 bilhões.
O Sindicato dos Petroleiros diz que as indenizações para cada pessoa variam entre R$ 180 mil e R$ 600 mil. O plano é bem-vindo pela compensação financeira, mas existem pontos sendo criticados: quem se aposentou pouco antes do anúncio não vai receber nada. Não há previsão de benefício retroativo.
Além disso, é a empresa que determina a data de saída dos funcionários, o que está sendo considerado injusto, porque quem sai mais cedo, perde benefícios. “Fica o nosso apelo para que a Petrobras reveja estas regras e flexibilize em nome dos trabalhadores”, explica Emanuel Cancella, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros.
Fernando Filardi, professor de administração de empresas, diz que, como a política do governo é segurar o preço dos combustíveis, a Petrobras precisa cortar custos. E que a saída de tantos funcionários experientes pode atrapalhar os projetos da estatal.
“Basicamente, haverá uma perda de competitividade, vai deixar de entrar em novos projetos e vai reduzir o tamanho de projetos atuais. Além da sobrecarga das pessoas que vão ficar. No longo prazo, nos quatro anos, ela vai ter uma redução significativa de custos. Isso no lado financeiro da avaliação”, explica Fernando Filardi, professor do mestrado em Administração do Ibmec/Rio (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro).
Em nota, a Petrobras informou que não haverá perda de competitividade porque os funcionários que saem terão que passar seus conhecimentos aos que ficam.
G1
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