Aproximadamente 75% da população brasileira sofre de intolerância à lactose, incapacidade do organismo metabolizar a enzima do leite. Apenas um copo da bebida ou uma pedaço de queijo é capaz de desencadear uma série de sintomas em quem tem o problema, principalmente a sensação de barriga estufada ou empachada, como é dito popularmente.
O problema pode ser congênito ou pode estar relacionado ao processo de envelhecimento. O consumo frequente e excessivo de leite também pode causar a intolerância.
Sem produzir ou com insuficiente de lactase, açúcar do leite, há uma proliferação de fungos, parasitas e bactérias, que produzem muitos gases e inflamam a parede da mucosa intestinal, acumulando toxinas.
Há uma sobrecarga do fígado, que diminui a absorção de vitaminas e minerais, comprometendo também a nossa imunidade.
Entre os principais sintomas estão a formação de gases em excesso, distensão abdominal ou estufamento, episódios de diarreia, cólica e constipação, também conhecida como prisão de ventre, e ainda obesidade, hipertensão e resistência à insulina.
De acordo com a nutricionista Graça Morais, muitos pacientes intolerantes vão ao seu consultório reclamando de problemas como rinite, sinusite, otite, colite, artrite, asma, dermatites e enxaquecas, devido ao fato de o leite possuir mais de vinte e cinco tipos de alergênicos.
O diagnóstico da intolerância à lactose é feito através de dois tipos de exames. No Sistema único de Saúde (SUS), é dado ao paciente uma dose de lactose em jejum. Depois, amostras de sangue são colhidas e analisadas, indicando os níveis de glicose. Caso não haja nenhum tipo de alteração, a pessoa é considerada intolerante.
O outro teste é respiratório e custa cerca de R$ 120. No exame, é monitorado a quantidade de hidrogênio nos gases espelidos após a ingestão de lactose.
A gestora financeira Amanaci Dalpaqual, 42 anos, foi diagnosticada com intolerância há cerca de dois anos. Ela conta que começou a perceber uma certa dificuldade de fazer a digestão de tudo o que comia. Tratou então de procurar um gastroendocrinologista.
Ela chegou a ficar uma tarde inteira no hospital tomando soro. Tomou doses de lactose e teve o sangue colhido. O resultado foi positivo.
Depois disso, Amanaci teve que adequar toda a sua alimentação, retirando leite e derivados. Ela diz passar muito bem, obrigado, sem a bebida láctea. E lembra que sempre bebeu muito leite e suspeita que essa tenha sido a causa da sua intolerância. “Quando como queijo de coalho não sinto nada, mas quando como mussarela, tenho diarrreia.”
Tribun do Norte
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