Estudo do banco Itaú sobre o Rio Grande do Norte mostra que a economia do estado vem desacelerando e estima que entre 2014 e 2020 esse ritmo deverá se manter, com taxa média anual de 1,7% de crescimento. Mesmo reconhecendo o potencial do estado com energia eólica, turismo e comércio exterior, a estimativa do banco é que a atração de investimentos vai ocorrer em ritmo menor do que em outros estados. Para especialistas, isso mostra que é preciso investir mais em educação, mão de obra e infraestrutura, além de aproveitar oportunidades como a que se apresenta a partir de sexta-feira (13), com o primeiro jogo da Copa do Mundo em Natal.
As projeções do Itaú têm por base indicadores que vêm encolhendo nos últimos anos, como o estoque de empregos e a atração de turistas. No comparativo com outros estados do Nordeste, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do RN – que é a soma das riquezas produzidas - só deverá superar a Paraíba, segundo o banco, que tem previsão de crescer 1,5% ao ano. Na projeção, o Maranhão é o estado do Nordeste com maior percentual de crescimento previsto: 3,3%. Em seguida vem Ceará, com 2,7%, e Bahia, Sergipe e Pernambuco, com 2,2%.
A economista do Itaú Paula Yamaguti explica que o Nordeste deverá crescer 2,2% nos próximos anos. “Além de investimentos, nós levamos em consideração as vendas no varejo, a produção industrial e o nível de desemprego do estado”, explica.
Conforme o diagnóstico do banco, o ritmo de crescimento do emprego formal no mercado potiguar vem se mantendo abaixo da média nordestina desde 2008. Em 2013, o emprego formal cresceu 2,5% no RN, enquanto que a média Nordeste foi de 3%. Outro indicador que pesa nessa conta é o número de visitantes. Enquanto que em 2009 o estado atraiu 28,4% mais turistas do que em 2008, em 2012, essa variação foi 0,7% maior em relação a 2011.
Com base nesses e em outros indicadores, os economistas do Itaú apostam que o PIB do RN em 2014 fique em torno de R$ 45,4 bilhões, valor que representa 0,9% do PIB do país. Além disso, na avaliação do banco, o PIB do estado deve chegar a R$ 71,2 bilhões em 2020, com previsão de queda para 0,8% na participação nas riquezas geradas pelo país.
Para o período 2014-2020, o Itaú estima que o RN deverá atrair R$ 4,4 bilhões em investimentos privados, sendo 37,2% para o setor de energia, com ênfase nas eólicas.
Impactos
Para o economista do Itaú Caio Megale, os impactos que devem ser sentidos pela população com o baixo avanço da economia potiguar são, a longo prazo, a queda no número de empregos e a dificuldade na criação de postos de trabalho. No curto prazo, o efeito é mais relacionado à renda. “Se você tem um crescimento do PIB abaixo da média, considerando que a média do Brasil já não é forte, em um curto prazo, você vai ter restrição de consumo, renda menor e ao longo do tempo, menos emprego”,diz.
Na opinião do economista Aldemir Freire, dadas as condições atuais, o RN irá mesmo crescer abaixo da média do Nordeste no período, mas possivelmente ficará em um valor aproximado ao da média brasileira. Por outro lado, ele avalia que os investimentos estimados pelo banco deverão ser maiores.
“A Prefeitura de Natal retomou sua capacidade de investimentos e o empréstimo do governo do estado junto ao Banco Mundial também vai alavancar investimentos públicos, praticamente dobrando a média que que vem executando nos últimos quatro anos”, diz Freire.
O economista ressalta que no período 2008-2013 houve uma desaceleração que é considerada para a projeção, mas ainda assim um momento de crise e de dificuldades nas esferas municipal e estadual que não deverão se repetir, “Nos próximos anos não vejo todos esses fatores negativos presentes”, ponderou.
Tribuna do Norte
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