quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Cabral é preso pela Lava-Jato acusado de liderar grupo que desviou R$ 224 milhões em contratos de obras







RIO - Agentes da Polícia Federal e da força-tarefa do Ministério Público Federal do Rio cumprem nesta manhã de quinta-feira dois mandados de prisão preventiva contra o ex-governador Sérgio Cabral - já preso - e outras oito pessoas ligadas ao peemedebista, acusado de liderar um grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras, dos quais R$ 30 milhões referentes a obras tocadas pela Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia.

A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo é um dos alvos, porém, ela será levada para depor na sede da PF local em condução coercitiva. Adriana, que deve ser liberada após prestar depoimento, chegou a ter o seu pedido de prisão pelo MPF analisado pela Justiça, mas negado pelo juiz Marcelo Bretas.


Os agentes entraram no apartamento do ex-governador, no Leblon, Zona Sul do Rio. Ao todo, 38 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva. Dos dois de prisão temporária, um foi cumprido. Esses são os mandados expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Além da capital, a operação ocorreu em Mangaratiba, Paraíba do Sul e Itaipava.

Até o momento foram presos Cabral, Wagner Jordão Garcia, ex-assessor do ex-governador, o ex-secretário de Governo Wilson Carlos, com dois mandados de prisão também (temporária e preventiva), o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga, o ex-assessor do governador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, ex-marido de uma prima de Cabral, José Orlando Rabelo, apontado como operador, e Luiz Carlos Bezerra. Luiz Paulo Reis, alvo de mandado de prisão preventiva, se entregou na PF de Volta Redonda.

O amigo e ex-assessor, Paulo Magalhães Pinto, que intermediou a devolução do anel avaliado em R$ 800 mil dado à ex-primeira-dama pelo empreiteiro Fernando Cavendish, também é alvo de prisão, mas o mandado ainda não foi cumprido.

Todos os alvos de prisão preventiva deverão ser levados para a Superintendência da PF no Rio, e após prestarem depoimento, serão encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exames de corpo de delito. Cabral vai seguir direto para Bangu 8.

TUMULTO E PROTESTO

O grupo de intervenção tática da PF disparou gás de pimenta quando os carros da polícia deixaram o apartamento de Cabral. Houve tumulto e protesto de populares que gritavam "Lincha", "Lincha", "Lincha".

Repórteres foram atingidos pelo gás, entre eles, o da TV GLOBO Paulo Renato Soares, que ficou com sérias dificuldades para enxergar.

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