Favorito na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, que ocorre em fevereiro, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) disse nesta quarta-feira (16) que a Bonacci Engenharia – empresa de um ex-assessor para a qual destinou recursos de suas emendas parlamentares e que tem contratos sob suspeita de direcionamento – é quem deve responder por seus atos.
Henrique Alves falou sobre o caso durante visita a Campo Grande, parte de agenda de encontros políticos que iniciou ontem na campanha pelo cargo.
Henrique Alves disse que seu trabalho no Congresso é buscar recursos para o Rio Grande do Norte, e que a fiscalização do uso do dinheiro público cabe a outros órgãos.
"Essa é minha parte [buscar recursos]. Agora, a partir daí, a partir da ordem de licitação, da liberação, da tomada de preços, é fiscalização, é Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas, órgãos públicos. É tarefa deles, minha parte está cumprida, que eles cumpram exemplarmente a deles como eu cumpro a minha", afirmou.
No último domingo (13), reportagem da Folha mostrou que pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte, à época governadas pelo PMDB, contrataram a Bonacci Engenharia, do ex-assessor Aluizio Dutra de Almeida, para fazer obras com recursos de emendas orçamentárias propostas pelo peemedebista. Almeida pediu demissão do cargo após divulgação do caso.
O jornal também revelou que o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão controlado politicamente pelo deputado, fechou convênios no valor de R$ 1,2 milhão com prefeituras potiguares que contrataram a Bonacci.
A CGU (Controladoria Geral da União) apontou indícios de direcionamento e superfaturamento nas contratações.
Henrique Alves não quis comentar reportagem da Folha de hoje, que mostra que a sede da Bonacci em Natal é uma casa simples, sem identificação de que ali funciona a empreiteira que assinou contratos de pelo menos R$ 6 milhões com 20 prefeituras do Rio Grande do Norte.
Folha de S. Paulo
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