Depois de dizer que está “no jogo”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que será um caixeiro viajante para reeleger sua sucessora, Dilma Rousseff. “Quero ser a metamorfose ambulante da Dilma”, afirmou ele, em entrevista aos jornais do Grupo Diários Associados, que circulam na capital federal.
A cúpula do PT só aguarda a definição do quadro partidário, nesta semana, para montar uma agenda de viagens para Lula. Pela lei, o prazo de filiação para quem quiser disputar a eleição do ano que vem termina no sábado. Lula não ficará na coordenação da campanha de Dilma, mas deixou claro o que todos já sabiam no meio político: pedirá votos para a presidente, muitas vezes se revezando com ela nos palanques.
“Eu vou percorrer o Brasil como se eu fosse candidato”, afirmou Lula. “Se ela não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou para o Norte. Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste. A única coisa que eu não vou fazer é cantar, porque sou desafinado, mas, no resto, ela pode contar comigo.” A estratégia do “revezamento” já foi usada por Lula no fim da campanha de 2010, quando ele lançou Dilma à Presidência. Essa “divisão de tarefas” sempre foi defendida pelo marqueteiro João Santana como forma de multiplicar a propaganda petista.
Na entrevista, o ex-presidente também avisou que não aceitará divisões no PT em relação a Dilma, enterrando de vez o “Volta Lula”, entoado por setores do partido. “Se houver alguém que se diz lulista, e não dilmista, eu o dispenso de ser lulista”, insistiu. “Eu não estou pedindo que as pessoas gostem dela. Eu quero que as pessoas a respeitem na função institucional e saibam que o PT está lá para apoiá-la.”
Estadão
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