Ao adiar para esta terça (27) o julgamento do pedido de registro do PSD, o TSE fez correr um frêmito de apreensão nas “fileiras” do novo partido de Gilberto Kassab.
Em conversa com o repórter, na noite deste domingo (25), um dos deputados federais que aguardam a decisão da Justiça Eleitoral disse: “A situação é de pânico”.
O deputado apavorado encontra-se com a mala acomodada na porta de saída do DEM.
Orientou o grupo que segue sua liderança no Estado –prefeitos, vereadores e deputados estaduais— a fazer o mesmo.
Recebera dos mandachuvas do PSD avaliações otimistas. Dava-se de barato que o TSE aprovaria o registro da nova legenda na quinta-feira (22) passada. Deu chabu.
Em meio a um debate sobre a legitimidade das assinaturas de apoiadores amealhadas pelo PSD, o ministro Marcelo Ribeiro pediu vista do processo, adiando a deliberação.
Durante o final de semana, contou ao repórter o deputado em pânico, os partidários do PSD destilaram apreensão numa frenética troca de telefonemas.
Alguns já receiam que a atmosfera de “incerteza jurídica” faça murchar os quadros da nova legenda.
Ninguém duvida que o PSD será criado. O que leva à inquietação é o correr do relógio.
Para que o novo partido possa disputar as eleições municipais de 2012, o registro do TSE tem de sair até 7 de outubro.
Supondo-se que o tribunal sorria para o PSD na sessão desta terça, os candidatos da nova legenda teriam dez dias para formalizar a filiação.
O problema, explicou o deputado que dividiu seu pavor com o repórter, é que a encrenca pode não se esgotar no TSE.
Autor de um dos pedidos de impugnação protocolados contra o PSD, o DEM federal já decidiu que, derrotado no TSE, recorrerá ao STF.
O eventual recurso ao Supremo não teria o condão de evitar o início do processo de filiações ao PSD. Porém…
Porém, o recurso acomodaria os novos filiados numa zona de desconforto. Uma futura sentença adversa do STF geraria inevitáveis pedidos de impugnação de candidaturas.
Até a semana passada, os operadores de Kassab estimavam que pelo menos 51 deputados federais e dois senadores aguardam na fila de entrada do PSD.
Pela lei, as filiações só podem ocorrer após a obtenção do registro no TSE. Por isso, os políticos migrantes permanecem ligados às velhas legendas.
Por exemplo: o DEM, origem da dissidência que impulsionou o levante suprapartidário comandado por Kassab, ainda abriga 17 ‘silvérios’ com mandato federal.
Alguns começam a simular arrependimento. É improvável, porém, que as legendas preteridas voltem a recebê-los de braços abertos, fingindo que nada sucedeu.
Aos candidatos de 2012, haveria a alternativa migrar para partidos já constituídos. Os que dispõem de mandatos, porém, se arriscariam a sofrer processos por infidelidade.
Por todas as razões, o PSD tornou-se uma opção de risco. Na hipótese de obter o registro nesta terça, o risco diminui. Mas não desaparece. Daí o “pânico”
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